terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cap. 8 - Uma nova amizade

Mike saiu do hotel e foi correndo para a casa de Éris. Já havia amanhecido, o céu tinha poucas nuvens e o sol brilhava forte. Mike parou diante da casa de Éris, aparentemente estava tudo normal. Antes de chamar, ela abriu a porta. Estava saindo para procurar emprego na cidade.

_ Olá Mike. – Ficou feliz em vê-lo. – Como está?

_ E-Eu estou bem... E você?

_ Estou bem. Vou procurar emprego agora... – Trancou a porta da casa. – Ontem passei o dia inteiro procurando e não achei nada, mas sei que hoje vou conseguir.

“Ela não lembra de nada do que aconteceu...”

_ Posso te acompanhar? – Seu estomago roncou e ele ficou meio sem graça. – Preciso achar um lugar para tomar café...

_ Claro, tem uma lanchonete aqui perto e eu também tenho que tomar café.

Eles foram conversando até chegar na lanchonete e Mike confirmou que ela não lembrava de nada. Ainda não sabia quem havia tirado essas lembranças dela. Poderia ter sido Mateus ou Rafael. Mas preferia que continuasse assim. Já na lanchonete Mike estava escolhendo o que ia comer quando uma garçonete veio para atendê-los.

_ Bom dia!!! – Uma garota extrovertida e muito alegre os atendeu. – Vocês são novos aqui na cidade né???

_ Hã?! É... Sim, chegamos a alguns dias. – Respondeu Éris para a garçonete.

_ Sejam bem vindos... Já sabem o que vão pedir?

Mike olhou para Éris e esperou ela fazer o pedido, mas ela ainda não tinha escolhido nada, então resolveu pedir a primeira coisa que visse no cardápio.

_ Eu quero um capuccino com um x-bacon.

Nesse momento tanto Éris quanto a garçonete olharam assustadas para Mike. Ele ainda não sabia o que comer.

_ Tem certeza? É a primeira vez que alguém pede isso. – A garçonete ainda estava surpresa.

_ Eu vou querer só um café. – Éris estava com pressa.

_ Ok, em um minutinho trago os pedidos de vocês. – A garçonete foi em direção ao balcão para pegar o café e o capuccino.

Éris olhava para o relógio com um pouco de nervosismo. Queria conseguir um emprego logo, mas não conhecia ainda nenhum jornal da cidade.

_ Está ansiosa? – Mike percebeu o nervosismo dela. – Fica calma que eu sei que você vai conseguir um emprego hoje... Afinal, você é a melhor jornalista que eu conheço.

_ É claro, eu sou a única jornalista que você deve conhecer pelo jeito. – Disse dando risada, mas logo parou. - Desculpe se a piada foi de mal gosto.

_ Não foi nada.

A garçonete chegou com o café e o capuccino. Colocou na mesa e voltou para pegar o lanche que Mike pediu. Éris bebeu seu café rapidamente e abriu a bolsa para pegar dinheiro.

_ Deixa que eu pago. Não precisa se preocupar com isso...

Éris agradeceu e logo saiu da lanchonete. Após alguns minutos a garçonete trouxe o lanche que Mike havia pedido.

_ Aqui está, bom apetite. – Disse ainda espantada com o pedido. – Sua namorada já foi embora.

É... ela não é minha namorada. – Mike ficou sem graça. – Somos apenas amigos, chegamos juntos na cidade.

_Hmmm... É que eu vi essa aliança no seu dedo e pensei que fosse de namoro. Até ia te avisar que estava na mão errada... – a garçonete disse sorrindo. – Nem me apresentei, meu nome é May, prazer.

_ Pode me chamar de Mike. – Ele estendeu a mão e deu um sorriso. – Prazer.

_ Mike... Gostei... – May sentou em uma cadeira da mesa de Mike. – E ai, qual o motivo de você vir morar nesse buraco de cidade?

_ Nem eu sei ainda, mas estou gostando daqui, é uma cidade bem calma...

Mike nem percebeu que um senhor se aproximou deles enquanto conversavam. Ele se assustou ao notar a presença daquele senhor que tinha um olhar de ódio.

_ Senhorita May, até aonde eu sei você está em horário de trabalho não é?

Ela ficou sem graça e escondeu o rosto atrás da bandeja.

_ É que ele é novo na cidade pai... – tentou criar uma desculpa. – Estou explicando algumas coisas para ele.

Logo a fisionomia daquele senhor mudou. Já não aparentava estar com raiva.

_ Ok, mas volte ao trabalho, depois vocês conversam.
May levantou e foi atender outros clientes que chegaram. Mike já havia terminado de comer e estava pegando o dinheiro para pagar a conta quando viu uma faca se aproximando do seu pescoço. Viu que era o pai da May.

_ Faça algo de errado com a minha princesinha e você vai conhecer o inferno mais cedo!

Mike ficou olhando assustado enquanto o senhor tirava a faca da direção do pescoço dele.

_ Pode deixar que o lanche de hoje é por minha conta. – Sorriu para Mike. – Tenha um bom dia.

Mike se despediu de May e começou a andar pela cidade para conhecer alguns lugares. Novamente sentiu uma forte dor de cabeça, encostou no muro de uma casa. Sua visão escureceu e ele começou a ver imagens de seu passado. Viu-se observando por uma porta e Rafael conversando com outra pessoal, mas não conseguia ouvir o que diziam. Depois de alguns minutos já havia se recuperado e notou que algumas pessoas estavam olhando para ele.

_Não se preocupem, eu estou bem...

Ele se levantou e voltou ao hotel. Ao chegar foi surpreendido por um golpe na cabeça e antes de perder a consciência, viu apenas o reflexo de uma pessoa no espelho.

Acordou já na sua cama e viu a mesma pessoa do espelho ao seu lado. Era May que estava ali.

_ Aonde você conseguiu esse anel? – Perguntou, apontando a lamina de uma katana para o pescoço dele.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Cap. 7 - Amuleto

Mikhael notou uma familiaridade na voz que ouviu. Virou-se e viu um rapaz com longos cabelos negros, olho verdes e pele branca. Não conseguia se lembrar quem era, mas sabia que ele era conhecido.

_ Quem é você? – Mikhael deu um passo para trás. - O que aconteceu aqui?

_ Assim você até me deixa triste... como não se lembra de mim? Sou Rafael, um dos sete, assim como você...

“Sete? Como assim?”

_ Não me lembro de nada da minha vida antes de alguns dias atrás...

_ Então assim não terá tanta graça te matar... Você traiu seus companheiros, não merece continuar vivo. - Rafael ergueu a mão e manteve os punhos fechados. – Vim aqui para tirar uma duvida sobre esta garota e seu amigo Mateus apareceu aqui.

_ O que você fez com eles? - Mikhael fechou as mãos. – RESPONDE!

_ Nervoso como sempre... Pode ficar calmo, eles só estão desacordados. Por que se importa tanto com eles? Não são nada além de seres inferiores a nós...

_ Inferiores a nós? Como assim?

_ Pelo jeito você realmente não se lembra de nada... – Rafael abaixou o braço que estava estendido na direção de Mike. – Ainda dá para você voltar atrás do que fez...

Nesse momento um estouro seco interrompeu a conversa. Steve disparou contra Rafael e o acertou no ombro, mas ele nem se moveu.

_ VERME, como ousa tentar me ferir? – Havia ira na voz de Rafael. – Acha realmente que alguém como você pode fazer algo contra mim?!

Steve não acreditava no que estava vendo. Apesar de baleado, era como se nada tivesse atingido Rafael. Mike também estava surpreso.

“Como isso é possível?” – Tanto Steve quanto Mike se faziam a mesma pergunta.

_ Humano maldito. – Rafael estendeu a mão na direção de Steve, que foi arremessado contra a parede e perdeu a consciência.

_ O que você fez? – O ódio tomava conta de Mikhael. – Por que fez isso?

_ Esse verme tentou me ferir. Quem ele acha que é? Humanos assim não se comparam a nós Mikhael. Veja como eles são frágeis...

_ Nós, nós, nós... o que somos nós que até agora não entendi? – Apesar do ódio, Mike ainda estava confuso.

_ Nós somos a primeira criação de Deus... – Rafael caiu de joelhos no chão. – O que é isso?

_ Você não vai enganar o Mike... - Mateus apesar de estar muito ferido, levantou-se. – Não posso te matar, mas posso te expulsar daqui.

Com uma cruz de cristal, Mateus começou a recitar algo que parecia uma oração.

_ Considero me, culpa in nomine dono mihi persessum satisfacti. Pulveribus pulverem, pulveribus fieri cineribus cineram fieri, terrae terram fieri. Amem.

_ MALDITO... – Rafael deu um forte grito de dor e sumiu.

_ O que foi isso?

Mike olhou para o lado e viu Mateus caindo novamente no chão.

_ Qual é? Você ainda me deve umas explicações antes de morrer cara. – Mike chegou perto de Mateus e notou que ele ainda estava consciente. – O que realmente está acontecendo?

_ Garoto, há muitas coisas que você deve saber, mas a principal nesse momento e tomar cuidado com quem aparecer te procurando. – Saia sangue da boca de Mateus. – Pude notar que essas duas pessoas que te ajudaram até agora são confiáveis... Não precisa se preocupar, eles estão bem...

_ Você não respondeu nenhuma das minha perguntas... Qual minha relação com aquele cara? Por que ele me tratava como se eu fosse diferente das pessoas aqui?

_ Porque você realmente é diferente de todos que estão aqui, até mesmo de mim. – Mateus tirou um anel que estava em seu bolso e entregou ao Mike. – Isso ira evitar que outros caras como ele te encontrem... Desculpe por não responder suas perguntas, mas você precisa descobrir as respostas sozinho Mikhael.

Mike notou que haviam 5 cruzes ao redor, era de prata e por dentro tinha algo escrito, mas não dava para ele ler.

_ O que é isso? Como esse anel vai me ajudar?

Mateus já estava quase morto, mas antes que sua vida se extinguisse ele recitou uma outra oração, só que dessa vez Mike não conseguiu ouvir. Uma luz muito forte tomou conta de todo o lugar. Os corpos de Éris e Steve sumiram e aos poucos tudo a sua volta estava sumindo. Novamente sentiu uma forte dor de cabeça. Junto com a Luz, Mike pode ver uma nevoa negra, mas dessa vez estava mais fraca.

“O que está acontecendo? O que esse cara está fazendo?”

Mike abriu os olhos e notou que estava no quarto do hotel. Olhou para os lados e havia apenas uma mala com seu nome. Abriu a mala e viu que tinha apenas algumas roupas, um pouco de dinheiro, seus documentos e um cartão de banco no seu nome. Ao lado do cartão estava um papel com 6 dígitos. Olhou para as mãos e viu que anel estava em seu dedo anelar da mão esquerda. Nesse momento apenas uma coisa vinha em sua mente.

_ Éris...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Cap. 6 – Reencontro

Mike entrou no quarto e viu Mateus diante do espelho, notou a distância entre o mordomo e o telefone.

_ Ouvi sua voz quando estava chegando aqui... Estava falando com quem?

Mateus olhou para Mike e logo respondeu:

_ Eu estava orando pelo senhor patrão.

Mike ainda desconfiava do mordomo, mas agiu como se tivesse acreditado.

_ Então você é religioso?

_ Sim, sou um servo de Deus e sei que ele ouve minhas preces. – O mordomo notou a desconfiança. – Acredito que minha missão é proteger o senhor até que recupere sua memória.

_ Muito obrigado, mas acho que já sou grande o bastante para me proteger sozinho. – Mike sentou-se na cama.

“Amanhã vou procurar a Éris novamente... Hoje ela deve ter ido procurar emprego em algum jornal...”

Mike estava pensativo, não notou o mordomo saindo do quarto, passou um bom tempo deitado até que a campainha tocou.

_Mateus? – Procurou pelo mordomo. – Realmente, não me sinto bem dependendo de outra pessoa...

Mike abriu a porta e viu que era Steve que estava lá. Estranhou por causa da hora.

_ Sinto muito, mas o quarto já está cheio. – Disse sarcasticamente.

_ Não estou aqui para aturar seu sarcasmo e você deveria ter mais respeito... – Steve se acalmou. – Sabe onde a jornalista está?

_ Não. Ela não apareceu ainda na casa dela?

_ Estava lá até agora... Era para ela ir prestar novamente um depoimento na delegacia, mas não apareceu. – Steve entrou no quarto. – Pelo jeito sua amiguinha fugiu da cidade.

_ Ela não tem motivos para isso... – Mike pegou uma jaqueta. – Vou até a casa dela agora.

Mike saiu do quarto e Steve o seguiu. Foram até a casa de Éris, mas não havia ninguém. Mike viu que a porta estava aberta e entrou. A casa estava do jeito como viu antes de sair de lá. Na mesa da cozinha ainda estavam as coisas do café da manhã que ele tomou com Éris antes de ir para o hotel.
_ Estranho, é como se ela tivesse saído assim que eu fui para o hotel. – Mike fechou a torneira da cozinha que estava pingando. – Para onde ela iria?

_ Você não sabe se ela conhecia mais alguém na cidade? – Steve também observava a casa. – Algum familiar?

Mike foi até a sala. Viu tudo exatamente intacto, como estava antes de sair de lá.

_ Não sei, ela pod... – Mike novamente sente um dor de cabeça muito forte, caiu no chão e viu como se uma nevoa negra ficasse cada vez mais espessa. – AAAHHH. – Deu um grito de dor, não conseguia respirar.

_ Hey, não gosto desse tipo de brincadeira. – Steve não entendia o que estava acontecendo. – Era só o que faltava.

Mike viu entre a nevoa o local onde Éris estava, Tinha alguns carros velhos e metais retorcidos. Ela estava desacordada e havia duas pessoas junto com ela, reconheceu uma delas, era Mateus. Logo sua dor sumiu.

_ Não sei como explicar, mas acho que sei aonde Éris esta. – Mike sentou-se, ainda se sentia fraco. – Vi um lugar com carros velhos e alguns metais retorcidos em volta.

_ O deposito de ferro velho?! – Steve ajudou Mike a se levantar. – Você está falando a verdade? Me desculpa mas não costumo acreditar em videntes...

_ Já disse que não sei como explicar. – Após se recuperar Mike sai pela porta. – Se não quiser vir junto ok, mas preciso saber aonde fica esse deposito para eu ir lá.

_ Eu vou junto sim, entra no carro.

Mike e Steve foram até o deposito. Steve ia descer do carro, mas Mike o impediu.

_ Fique aqui, eu vi meu mordomo lá dentro. – Mike foi andando até a entrada do deposito. – Chame pelo menos mais uma viatura para nos ajudar.

“Quem esse cara pensa que é para me dar ordens?”

_ Hey, você tem 10 minutos, é o tempo de outra viatura chegar aqui. Espero que isso não seja uma brincadeira sua...

Mike entrou no deposito, não sabia o lugar exato onde Éris estava. Procurou até que viu um grande clarão. Correu até o local de onde veio a forte luz. Chegando lá viu que Éris ainda estava desacordada e Mateus estava caído e sangrando. Ficou imóvel por um tempo tentando entender o que aconteceu ali, até que ouviu uma voz.

_ Então você realmente ainda está vivo Mikhael...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cap. 5 - Desconfiança

Mike se surpreendeu ao ver que o quarto estava todo revirado. Roupas jogadas nas camas e no chão, todas as malas abertas e documentos espalhados pelo quarto.

_ O que aconteceu aqui? – O mordomo estava assustado. – Tudo estava perfeitamente organizado.

_ Percebi... Alguém teria algum interesse em algo daqui? – Mike ficou sério. – Não lembro de nada além do meu nome... preciso entender o que está acontecendo. Por acaso eu tenho algum tipo de inimigo?

_ O senhor nunca foi de manter amizades. Sempre foi muito desconfiado. Confesso que achei estranho quando vi o senhor com aquela jovem. Mas ao saber que o senhor perdeu a memória, imaginei que seria por isso.

_ A Éris me ajudou muito quando precisei... E isso não responde a minha pergunta. – Mike continuava com um tom de seriedade.

_Nunca soube muito sobre as pessoas a sua volta. O senhor não costuma falar da sua vida. Acredite, neste momento eu sei tanto sobre sua vida quanto você.

Mike ainda não confiava totalmente em Mateus, mas acreditava que essa desconfiança era causada pela falta de lembranças. Foi tomar banhou, trocou de roupa e avisou o mordomo que iria sair.

_ Vou dar uma volta. Já que é meu mordomo, arrume o quarto. – Dizia enquanto pegava seus documentos e um pouco de dinheiro em uma mala. – Não sei a hora que volto.

_ Tudo bem senhor. – Assim que Mike saiu, Mateus começou a arrumar o quarto enquanto murmurava. – Espero não ter que agüentar isso por muito tempo.


Enquanto andava em direção à casa de Éris, Mike pensava em tudo que estava acontecendo.

“O que eu fiz antes de acordar naquela floresta? Por que não consigo confiar naquele Mateus? Será que ele está escondendo alguma coisa?”

Ao chegar na casa de Éris, notou que ela não estava. Então continuou andando pela cidade, até que um carro parou ao seu lado. Era Steve, ele queria conversar com Mike.

_ Estava tão distraído que nem notou que estou te seguindo desde a casa da jornalista. – Debochou. – Entra ai, precisamos conversar.

Mike entrou no carro, mas se manteve calado.

_ Tão calado quanto na noite anterior... Conseguiu lembrar algo além do seu nome?

Mike não sabia se devia contar para o policial sobre seu sonho.
_ Não. Ainda não lembrei de nada. – Respondeu friamente.

_ Humm... Isso complica a investigação. – Steve parou o carro em frente ao hotel que Mike estava hospedado. – Não acho seguro que alguém que lembra apenas o nome ficar andando por ai. Ainda bem que seu mordomo deixou o endereço desse hotel quando foi te procurar na delegacia...

_ Só não me lembro de coisas que aconteceram antes do incêndio. Não precisa se preocupar, o que aconteceu depois eu lembro perfeitamente. A “preocupação” acaba por aqui ou você vai querer também me ajudar na hora de eu ir ao banheiro?

_ Cuidado com as palavras. – Novamente debochando. – Essa parte seu mordomo pode fazer.

Mike desceu do carro e entrou no hotel sem olhar para trás. Do hall ficou observando até o carro sair da frente da entrada. Aguardou mais alguns minutos e saiu novamente. Caminhou por toda a tarde e quando já estava anoitecendo voltou ao seu quarto.

“Vou descansar um pouco e amanhã vou falar com a Éris...”

Antes de chegar no quarto, Mike ouviu Mateus falando com alguém.

_ ... Não precisa se preocupar, eu cuidarei do Mikhael...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Cap 4 – Confiança?

Mike contou para Éris tudo o que havia visto no seu sonho. Tentou encontrar algum nexo em tudo, mas não conseguia. Apenas sabia que aquilo realmente tinha acontecido.

_ Pelo jeito eu estava atrapalhando alguém, mas não consigo lembrar como... Meu corpo estava paralisado, eu conseguia apenas mexer os olhos e a boca, o resto estava completamente imóvel. – Mike explicava o que tinha lembrado.

_ Nossa, isso realmente é estranho. Tem certeza que não foi um sonho? – Éris estava confusa.

_ Tenho certeza de que tudo isso foi real. Por mais estranho que pareça, isso realmente é uma lembrança minha. Mas ainda está faltando algumas coisas, não é uma lembrança completa ainda...

Mike e Éris foram para a cozinha para tomar café. Ela se distraia enquanto olhava dentro dos olhos de Mike. Os olhos dele eram misteriosos, algumas vezes podia-se perceber o que ele sentia, outras era um olhar vazio, no qual ela se perdia como se fosse um labirinto. Ela lembrava do momento em que pensou tê-los visto como se fossem prateados.

_ Mike, tem uma coisa que não sai da minha cabeça. Quando te encontrei caído na floresta, tive a impressão de ter visto seus olhos claros. Parecia prata brilhando, mas acho que era reflexo do fogo, ou sei lá...

Enquanto ela dizia isso, Mike colocou as mão na cabeça, estava sentindo uma dor que ficava cada vez mais forte. Éris percebeu que algo estava errado, mas não sabia o que fazer. Subitamente a dor passou no mesmo momento em que ouviram alguém bater na porta.

_ Ta melhor? – Perguntou Éris ainda sem saber o que fazer.

_ Sim, foi uma dor forte, mas já não estou sentindo nada... – Respondeu para acalma-la.

_ Quem será que está ai? – Ela andava na direção da porta principal. – Os únicos que têm o endereço daqui são os policiais e meu pai.

Espantou-se ao ver que não era nenhum deles. Era um senhor, cabelos grisalhos e curtos, uma pequena marca ao lado da boca e não muito alto.

_ Desculpe o incomodo tão cedo, estou procurando o meu senhor Mikhael. Me informaram na delegacia que você o viu. Ela está sumido a 4 dias mais ou menos.

Mike olhou o senhor e viu que aquele rosto era familiar.

_ Quem é você? De onde me conhece? – Perguntou enquanto tentava lembrar de onde o conhecia.

_ Senhor, não se lembra de mim? Sou Mateus, seu mordomo. O que aconteceu com o senhor patrão?

_ Mordomo? Eu moro por aqui? – Mike estava confuso, apesar de ser familiar ele não lembrava quem era aquele senhor.

_ Não, você resolveu vir para essa cidade para procurar um lugar novo para morar, mas sumiu no dia em que iria comprar a casa. – Mateus olhou para Éris. – Desculpe, mas posso entrar?

_ Claro, por favor... – Ela saiu da frente da porta para ele entrar. – A casa está meio bagunçada, mas fica a vontade, sente-se aqui no sofá. – Éris estava um pouco sem jeito.

Mike apesar de não lembrar, resolveu dar um voto de confiança para Mateus.

_ Ok, então você pode me ajudar a descobrir quem eu realmente sou.

_ O senhor é um jovem estudante só. – Respondeu rapidamente o mordomo.

_ E meus pais estão junto com você? – Mike tinha muitas perguntas para fazer, mas essa pareceu uma das mais importantes.

_ Seus pais morreram há dois meses. – O mordomo ficou com aparência triste. – O senhor resolveu mudar de cidade para deixar seu passado para trás e superar o que ocorreu com seus pais.

Mike ficou observando com frieza o mordomo, não sentia tristeza pelo que estava ouvindo. Talvez tivesse escolhido esquecer para superar a dor.

_ Certo, não consigo lembrar realmente de nada disso, mas se realmente for verdade que você é meu mordomo, creio que tenha ficado com as minhas roupas antes de eu supostamente “sumir”. – Disse com um tom de desconfiança. – Aonde estão?

_ Está tudo em um quarto de hotel aqui perto, posso leva-lo até lá.

Mike olhou para Éris. Ela estava imóvel, apenas observando os dois conversarem.

_ Eu vou com você até esse hotel então. Você pode aguardar um pouco enquanto me despeço da minha amiga? – Mike se levantou, pegou na mão de Éris e foi até a cozinha com ela.

_ Éris, muito obrigado por tudo. Você me ajudou muito ontem e hoje. – Mike olhou dentro dos olhos dela. – Não quero perder contato com você.

Ela começou a tremer no momento em que Mike olhou em seus olhos. Sentiu sinceridade em suas palavras.

_ Não quero te confundir, mas eu estou desconfiada dele. Toma cuidado, qualquer coisa pode voltar para cá.

Mike voltou para a sala aonde Mateus estava esperando.

_ Vamos lá então? – Perguntou o mordomo enquanto se levantava.

_ Vamos. – Mike olhou para Éris uma ultima vez e saiu pela porta.

Mike foi com para o hotel com o mordomo. O hotel era bem simples, com apenas cinco andares e poucos quartos. Na entrada principal a atendente entregou a chave do quarto para Mike. Subiu junto com Mateus até o quarto andar. Ao chegar próximo da porta do seu quarto, voltou a sentir aquela forte dor de cabeça. Viu uma neblina negra ao seu redor, mas logo sumiu junto com sua dor.

_ O senhor está bem meu patrão? – Mateus se assustou ao ver o que aconteceu com Mike. – Não seria bom você ir até algum hospital?

_ Não precisa, já estou bem. – Ele pegou a chave e abriu a porta do quarto. – O que é isso?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aviso 2

Já está tudo resolvido... na quarta-feira posto o capitulo 4 e na sexta o 5...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aviso

Devido a um pequeno (pequeno mesmo, não passa de um verme) problema, essa semana não postarei o capítulo 4 do livro. Antes disso conversárei com o advogado da minha familia para poder resolver esse probleminha... Mas na próxima semana postarei o capítulo 4 e 5...

Valeu pessoal